Notícias de Botequim

Um blog com notícias de desabafo e descarrego, postagens trivias e patéticas, indignações e ironias...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Além mar, além terra, além racional, além do além da embriaguez.

São poucos os momentos que sinto verdadeiramente que viver, e só o fato de viver é grandioso...
Hoje, lendo algo sobre a vida de Paulo Freire percebi no íntimo que o espaço para sonhos e idealizações é infinito...
Senti, como pouquíssimas vezes tenho o privilégio de sentir, como é “levitador” a sensação da esperança e do amor coletivo.
Não faz sentido na minha percepção viver sem transformar, sem que necessite ser explícito que a bondade das ações deva prevalecer.
Deveríamos ter esta percepção exatamente como num mecanismo automático dentro de nós mesmos sempre, do outro lado, ter a moléstia também nos faz progredir.
São lados opostos que se auto-completam, no entanto, como o lado positivo parece ser mostrado em anos binários, ou de acordo com cometas raros, é que se deve à comemoração para lembrança póstuma de acontecimentos como de esclarecimento e ampla visão que alavancam o nosso objetivo enquanto homens, que enxergam em exemplos peculiares e tidos até como mínimos a descoberta mesmo que momentânea, da nossa estada neste estranho mundo. Para os religiosos, a nossa missão nesta passagem terrena. Parece ser nestes momentos raros, porém, únicos e escassos, que encontramos o sentido, e, para alguns, Deus, para outros a tal luz, a resposta do porquê estamos aqui.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Nada é o melhor título!

É engraçado como quando ouvimos uma música, assistimos um filme, pescamos um comentário e sentimos como se fossem feitos e direcionados para nós mesmos em determinadas situações, ou ainda melhor, quando usam pensamentos e valores que batam com os nossos.
Quero em meio a tantas insanidades dar uma linha mais ou menos lógica na coisa toda...
Assisti o filme Na natureza selvagem, com direção do Sean Penn, com uma bela fotografia e uma trilha arrebatadora na voz do galã do Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, (minha banda preferida na adolescência), bom, não farei uma crítica de cinema aqui, só quero aproveitar o link para devanear sobre uns pensamentos... Então para se situarem procurem uma crítica no Google falando sobre.
A idéia base, acredito eu, é a saturação individual da qual este mundo mais miserável que belo, nos proporciona e a maneira de encarar isto.
Quando eu era adolescente (e penso ainda ser) a febre agonizante das dores do mundo me atingiu em cheio... Escrevi no uniforme do colégio com caneta à prova d’água frases impactantes e de efeito, nesta mesma época fui meio-vegetariana por 1 ano e carregava com prazer um discurso pronto sobre a crueldade de se matar animais, sendo que eles eram amigos e não comida todo o blá blá blá que com certeza alguém já deve ter ouvido daqueles tão evoluídos (e os são mesmo) participantes BANDO DO VERDE, que comem com prazer hambúrgueres de soja como se fossem um belo bifão texano.
Com a moda do piercing não era diferente, eu não pude ficar de fora, tive dois e ainda mantenho um, me achava um máximo por tê-los! Na minha cabeça com eles ficava bem mais fácil para as pessoas, me definirem. Eu pensava com eles, ter como escrito na testa: Eu ando PUTA com essa merda de vida! Odeio as pessoas! Vamos falar sobre algo construtivo! Rs! E assim, como todo adolescente eu era insuportável para os meus pais (e para mais pessoas), assim como eles eram para mim. E como a maioria dos adolescentes eu queria ter minha própria identidade, ser diferente, não queria ser igual a ninguém, principalmente visualmente! Tirando tudo que é normal, até comum, e pode ser observado como negativo, quero ressaltar o mais importante, valioso e, talvez, a única lembrança que me faça sentir muita saudade de querer me sentir daquele jeito novamente hoje, que é a sensação de poder fazer tudo, de me dar conta que o mundo é pequeno demais para os meus anseios e não ter medo e nem desesperança quanto às realizações. Não sei se consigo sentir da mesma maneira intensa e radical, e sei que de todo não se esvaiu, mas, penso que se hoje, já um pouco mais madura, com os interesses de vida, a bagagem toda, mais aperfeiçoada e acumulativa somando com a disposição e falta de temor em excesso que eu tinha há anos atrás, tenho quase como absoluto que não sentiria o processo de estagnação que venho passando. Agiria mais, porém, seguiria refletindo de modo a alcançar o total desenvolvimento do processo (ação + pensar em conjunto).
O que eu sempre temi e continuo, é a entrega total e submissa às trevas deste mundo sofrido que habitamos e já me encontro com as canelas atoladas num montante de areia movediça.
Parece que com o tempo ficamos mais fracos e cansados não só de maneira física, mas, sim mental... Pensar nas coisas dá muito trabalho, lutar também e realizar sonhos que não constam no nosso script de vida, que praticamente recebemos com a certidão de nascimento, é mais que trabalhoso, é quase impossível.
Já temos a cartilha pronta, em geral, de como sermos bons filhos e sabemos também identificar os maus, de como estudar, o que estudar, onde estudar, em quantos anos devemos nos formar... Possuir a carteira nacional de habilitação após os 18, sabemos que queremos ter um carro, terminar a faculdade (para os que podem, não necessariamente os que querem e nem os que sabem o que estão fazendo, muito menos os que gostam), no meio disso, após as farras vividas, namorar com alguém bacana, que seja no íntimo e na real como os nossos pais, parafraseando o título da música de Belchior, daí temos que pensar em casar, ter casa e realizar umas outras vontades no meio deste caminho mas, que não são levadas a sério porque o caminho certo já está traçado, e a culpa não é só da cartilha que recebemos e atingem aos mais próximos do nosso ciclo de convivência, existem mais cartilhas produzidas e de alçadas maiores que nós mesmos, para não entrar no redemoinho que é capitalismo, socialismo e tchãnanãs, vamos ficar por aqui. Resumindo: vejo que o rumo natural da vida, é mais uma imposição, melhorando, uma obrigação. A cena de ratos de laboratório em seus tubos transparentes me vem à cabeça agora para ilustrar e justificar como analiso o caminho seguido por nós, generalizando claro, se não, não teríamos Che Guevara, Gandhi, Martin Luther King, Mandela, Beatles e toda a turma.
A cobrança é de todos os lados, se sua mãe não fica te questionando porque é que vc não tira a sua carta de habilitação, o vizinho, o seu amigo que acabou de tira - lá, a sua vó vão perguntar e, comentar depois talvez, o quão absurdo é vc ainda não possuí-la...
E quando os anos mais difíceis da adolescência parecem passar, o que percebo é que no geral, as pessoas querem ser cada vez mais parecidas umas com as outras, mantendo uma política conservadoríssima no estilo de vida, como se já tivéssemos cronologicamente a idéia e vivência dos mais velhos.
Sempre quis e continuo desejando ser alguém diferente e que possa fazer ao meu modo, tendo que sucumbir a minha verdadeira essência às vezes, por não enxergar ainda outra entrada, transformações benéficas no pedaço e insignificante talvez, espaço que ocupo.
Ver filmes como Na natureza selvagem, Edukators, Minha vida sem mim são reconfortantes porque me remetem a vontades e sonhos que não foram impostos, são livres e mais do que isso, não me deixam esquecê-los. Aprovadíssimo!
O mais duro é fazermos descobertas por nós mesmos, mas, acredito que nada é mais libertador fazendo ponte para o auto-conhecimento e transformação.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Humanidade inerte.

Bom, indo contra os princípios metodológicos de um Jornalista escritor e crítico de blogs (rs)... Escreverei bastante como de costume e, acho que não conseguirei fidelizar meu público leitor (se é que ele existe), porque não costumo postar com freqüência, apesar de fazer isso mais como um exercício... (Amiga Jornaleira adoro suas dicas!!!)
Vamos logo ao prato principal!
Eu tenho uma preocupação grande no que se diz respeito à apatia em que a maior parte da população mundial se encontra. Através de muitas conversas e observações feitas por mim e por terceiros, chequei a conclusão que “a parada” é geral... E o mais incrível (ou não) é que esta inércia atinge todos os níveis possíveis: a esquerda e a direita se encontram aqui, a famosa casta de classes pensada e classificada por Marx também tem lugar para seu chá em conjunto, letrados e não letrados se enxergam ambos lendo jornais de ponta cabeça, emos e metaleiros não mais lutam entre tesouras para ocupar o podium do Orkut, convivem todos na Santa Paz da Santa Sé quando o quesito é inação, engloba toda a Tchurma, como um dos resultados da globalização também podemos citar o sentimento global do marasmo, mas, não o marasmo bom, da brisa caiçara da Bahia, e sim o marasmo do desinteresse que aprisiona e atrofia.
Escrevo na verdade, para colocar o problema da indiferença dos que se encontram em posições melhores, e a que acredito ser mais relevante e quero ressaltar, é a posição privilegiada de obter conhecimento (sendo do modo tradicional, convencional ou da busca individual com bases alternativas e diversas outras formas).
Para afunilarmos o tema, irei dissertar mais sobre o caso dos indivíduos inertes que têm acesso à informação da maneira mais comum a minha realidade e creio de quem lê este texto. Bom, então se tratam das pessoas que freqüentam instituições acadêmicas e de educação como concebemos hoje, lugares geralmente amplos e de sinalizações com placas contendo seus nomes, são elas: escolas, faculdades, universidades e assim segue...
Lembrando que lugares como associações, encontros de leitura e, suas formas mais localizadas e em pequeno número não estão descartadas nem estão sendo desvalidadas, apenas deixadas para um outro debate.
Concentremos-nos então, nos indivíduos que têm acesso ao ensino superior das faculdades, universidades... Diferentemente dos anos anteriores à chegada dos anos de faculdade, tudo é muito controlado e ainda temos para os que não se declararam tão rebeldes, medidas repressoras, a tão temida Reunião de Pais, onde a reclamação de mais de 14 anos de escola sempre foi não conseguir ficar quieta como no meu caso (rs), e outras ferramentas, como advertência, suspensão de 1 dia ou mais, blá blá blá...Quem fumava, fumava escondido e quem bebia tb fazia escondido, era tudo na moita! Por fim, a minoria da minoria que consegue não estacionar no ensino médio costuma ir diretamente para a faculdade. Com a facilidade nojenta que acontecem os processos seletivos (empresarial esta expressão, bem mais que educacional a meu ver), de vestibular, neste nosso Brasilzão de meu Deus, adolescentes de 17 anos entram então no tão incerto curso que escolheram, e se formam aos 21, 22 (julgando que tudo proceda bem e dentro dos conformes) como manda a Cartilha do bom estudante, ou melhor, aluno.
A faculdade é um mundo para os garotos que estão loucos para comer, beber e baladear (sem contar os que querem muito “FUMAR DROGA” e que só tinham ficado no velho e manjado lança dos anos 70, nas micaretas do ensino médio), do outro lado, um mundo tb muito legal e propício às garotas que querem respectivamente dar, beber, baladear e fumar droga, apesar deste último desejo ficar mais a margem das garotas em geral, sobrando para as que fazem humanas em cursos como História, Ciências Sociais, Filosofia e teem a Leila Diniz, Rita Lee, Elis Regina, Madonna e a mais nova revolucionária “crackista” das calçinhas, Amy Winehouse como musas e exemplos de mulheres Rock´s! Tá tudo ilustrado, num tá não gente?!
Juntou a fome e a comida na mesa esperando ser saboreada, às vezes com calma e outras com selvageria.
Mais uma coisa, é a tentação dos comerciantes (que parecem não ter filhos (as)) que decidem assegurados pela lógica e mandamento econômico do mercado de oferta e procura (demanda), abrindo seus estabelecimentos alcoólicos com sons variados como funk, pagode, psy trance e blá blá blá = a puts puts em frente, na verdade, quase dentro do espaço acadêmico que hoje em dia, se parece mais com um desfile da Body Qualquer Coisa da esquina com as barrigas malhadas de pir100 e os músculos precoces... Está tudo pronto, além do estabelecimento garantir um ótimo faturamento por parte dos garotos e garotas com vontades recíprocas de comer e dar de comer (e, beber) que se encontram para baladear e outras cositas más no antro proporcionado pelo pai de família microempresário, está posta em prática a política do " tá tudo junto e misturado".
Eu não serei hipócrita e tenho que confessar que amo um destes antros “barísticos”, “butequinísticos” próximos a minha faculdade, mas, minha finalidade lá é outra, beber bastante, pulemos a parte de fumar drogas, além de lavar a alma com muitas risadas e discutir sem parar, que é o fator mais importante desta histórica furada toda!A falta de maturidade assola a quase todos os “estudantes” juntamente com a merda da inércia...
O conhecimento nos acompanha para sempre, e deveria ser acumulativo, (usando a idéia de um estudioso formidável, revolucionário e inovador no que diz respeito à maneira de expor suas idéias Amartya Sen, em um dos seus livros: Desenvolvimento como liberdade) a face libertadora que contém o conhecimento, saber, estar informado.
Saber contar faz com que ninguém nos passe a perna na hora da cobrança, saber ler nos leva a lugares novos e talvez nunca imaginados. Os exemplos podem ter sidos clichês e óbvios, mas, pensar que o que temos e a maioria das pessoas mais do que nós, é falta de liberdade nesta amplitude colocada por A.Sen, como política, econômica, social é causadora de longa reflexão.
Pois bem, tentando finalizar o papo e parar de fazer links que talvez estejam sem sentido para alguns, estamos num período de tempo em que se está inerte a informação, e pior ainda, que não há transformação e nem aplicação da mesma se não for para algo que esteja relacionado ao mercado de trabalho ou que tenha investimento financeiro.
Os “espaços acadêmicos” encontrados a cada esquina brotam cada dia mais as dúzias, para atender os indivíduos que almejam entrar no mercado de trabalho, garantindo uma "posição melhor" dos que são descaradamente explorados. Por sua vez, a mentalidade destes não é a de balanço entre qualificação profissional voltada para o mercado e a intelectual, é só a de se tornar e o mais problemático de tudo, uma nova ferramenta com cérebro mecanicista assegurada por um diploma.
O mais triste é a aceitação sabida do caminho estreito para o abate.
E ai, que eu digo que a inércia é geral, ouvimos todos os dias as putarias cometidas aqui e no mundo todo, porém, vamos minimizar o cenário para algo mais básico, cotidiano, como o recebimento de uma ordem, qualquer que seja ela, não existe questionamento por parte de quem vai executá-la para saber sua finalidade.
Se recebermos um revólver no trabalho e nos mandarem apertar o gatilho, garanto que a grande maioria o fará.

A cena marcante de Tempos Modernos encenada por Charlie Chaplin na linha de produção apertando parafusos o dia todo, até que ao sair da esteira os movimentos continuam, perdendo ele, o próprio controle dos braços, repete-se hoje, só que com uma nova linha, os "apertadores de parafusos" aceitam esta situação mesmo tendo outras opções.
Sinto que estamos virando robôs sem eles já estarem espalhados entre nós como em Inteligência Artificial, nós mesmos estamos nos auto-transformando em Corações Gelados, e com olhares e pensamentos apáticos.
Os que têm o privilégio de serem orientados e que possuem acesso a informação e não fazem com que isso resulte em algo transformador e que melhore as condições de vida de alguma forma, não merecem usufruir do privilégio que ostentam, ocupando novos postos de “Encabrestados graduados”.
São como os cegos que não querem ver.
A busca das instituições de ensinos, qualquer que sejam, de métodos que visem dinamizar, atrair, chamar a atenção, com o intuito de prender o aluno de nada adiantará, e se implementarem tais métodos não funcionarão se assim forem achados e inventados, porque o grande problema que pode ser tido como mundial é dos alunos em seus íntimos, não saberem a finalidade, o porquê de estarem estudando, são pouquíssimos infelizmente, os que concebem o conhecimento de modo ideal e balanceado.
O que pega é que já deu no saco saber das coisas, acredito que sempre deu, mas, com tanto avanço tecnológico (mercado, mercado, mercado) a educação social fica cada vez mais soterrada embaixo das poucas árvores que restam no nosso mundo belo e "evoluído".

Só tenho vergonha dos que cuidam da limpeza da minha “sala de aula”, ou melhor dizendo, chiqueiro, dos professores que quando bons e cumpridores das suas obrigações brigam para poder dar aula...
Vergonha dos que têm acesso a esta e uma porrada de informação e, fingem nada saber esquecendo tudo ao dar descarga, fazendo descer todo o conteúdo com o cocô para o esgoto a céu aberto pisando na própria merda ao passar um feriado prolongado no litoral paulista.